Uma presidente acometida por dezenas de escândalos, eleita com dinheiro ilegal (de acordo com diversas testemunhas), discursa em Nova York sobre como “a sociedade brasileira não tolera mais a corrupção” enquanto planeja tirar autonomia e poder de um dos melhores órgãos de combate à corrupção, a Controladoria-Geral da União.
A imprensa noticiou que a reforma ministerial tramada por Dilma pode levar à extinção, na prática, da Controladoria-Geral da União, que teria suas atribuições divididas entre a Casa Civil da Presidência, o Ministério da Justiça e o novo Ministério da Cidadania. O retrocesso no combate à corrupção será fulminante.
A CGU implementa, desde 2003, um programa de fiscalização dos gastos federais em municípios que nos permite entender como prefeitos corruptos usam recursos públicos para se reeleger.
Além disso, a CGU faz parte de uma rede de agências burocráticas em processo de institucionalização no Brasil, junto com a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União. Cada órgão traz uma série de regras, recursos e rotinas para a investigação de atos corruptos que, juntas, inspiram medo nos políticos e empresários. Sozinhas, são mais fáceis de neutralizar.
Construir uma agência de combate à corrupção com autonomia e expertise é tarefa dificílima, que leva anos. Detonar esse esforço requer apenas uma canetada. Se Dilma fizer isso com a Controladoria-Geral da União, será mais um duro golpe no combate aos corruptos.
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